sexta-feira, outubro 22, 2010

As colchas

O Museu de Francisco Tavares Proença Júnior possui uma relevante colecção de Colchas de Bordado de Castelo Branco e o percurso expositivo do Museu apresenta um importante núcleo incluindo desde as peças orientais passando pelas colchas de feitura nacional e por fim as Colchas de Castelo Branco

A origem das Colchas de Castelo Branco remonta ao século XVII, sendo a influência mais verosímil a dos motivos e composições orientais que entraram no país a partir do século XVI. Sabemos também, que a partir da segunda metade do século XVIII aparece referida a existência de um número considerável de colchas (ou corchas) de linho bordadas a seda na região de Castelo Branco, o que nos leva a concluir que nesta altura este bordado estava já muito difundido.

Quanto aos pontos utiliza-se predominantemente o ponto de Castelo Branco (ponto lançado com traves ou prisões) para preencher grandes espaços, e para completar e diversificar o bordado o ponto cheio, matiz, pena, galo, pé-de-flor e os chamados pontos de redes.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Arqueologia

A história do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior confunde-se com a das colecções de arqueologia.
Integram os materiais Paleolíticos que Francisco Tavares Proença Júnior recolheu, diversos achados avulsos e núcleos bastante consistentes, nomeadamente das estações de Vilas Ruivas e Monte Famaco em Vila Velha de Ródão. Deste período destaca-se um solo de habitat paleolítico, o primeiro a ser transposto para um museu.
O Neolítico e Calcolítico têm um peso considerável na colecção de arqueologia, tendo surgido com Francisco Tavares Proença Júnior o primeiro programa de investigação arqueológica no distrito, onde o estudo do fenómeno do megalitismo ocupa um lugar preponderante.
Merecido destaque vai para a colecção de Gravuras Rupestres provenientes do Vale do Tejo, Vila Velha de Ródão, que o Grupo para o Estudo da Arte Pré-Histórica entregou ao Museu em meados dos anos setenta.
No que diz respeito à Época Romana, há a destacar os núcleos Epigráfico, o de Centum Celae e o de Idanha-a-Nova, este último resultante das escavações dirigidas por D. Fernando de Almeida. A cerâmica encontra-se aí representada em grande número, mas o merecido destaque vai para uma estatueta em madeira de azinho e para um anel em ouro.
Finalmente, da Época Medieval destacamos três acicates do século XI-XII e uma inscrição hebraica datada de 1297, proveniente da antiga Sinagoga de Belmonte.

Biografia de Francisco Tavares Proença Júnior

Francisco Tavares Proença Júnior, fidalgo beirão nascido em Lisboa, é uma personagem singular na história da arqueologia portuguesa. Natural da freguesia da Lapa, na capital, onde nasceu em 1883, morreu na Suíça, em 1916, com trinta e três anos, vítima de infecção pulmonar.

A sua actividade arqueológica circunscreve-se, de facto, a um curtíssimo período de tempo, situável entre o ano de 1903 e 1910. Em oito anos apenas desenvolveu intenso labor: prospecções, escavações, inventário de sítios e aquisição de artefactos. Afirmou-se, primeiro nos meios internacionais e, só depois, a nível nacional, o que é igualmente insólito. Fundou um Museu em Castelo Branco e uma revista, Materiaes para o estudo das antiguidades portuguezas, de vida efémera, publicou somente três fascículos em um único ano. Viveu e trabalhou num momento muito preciso da arqueologia portuguesa, numa época em que eram muito poucos, de facto, os cultores da disciplina, depois dos entusiasmos do último terço do século XIX e dos primeiros do século XX.”

In: Fabião, C. (2004). O arqueólogo Francisco Tavares de Proença Júnior, in: Arqueologia: colecções de Francisco Tavares Proença Júnior; Castelo Branco, IPM.